domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre alquimia e iniciados

Sobre alquimia e iniciados

Em setembro de 2009 tivemos o prazer de ir ao Uruguai afim de completar um dos principais caminhos misticos da america latina, em Piriápoles, cidade construida e fundada por nosso colega de crença o alquimista Francisco Píria tivemos o privilégio de conhecer de perto a 1º catedral alquimista construida na américa latina (foto). em sua homenagem reservamos um espaço especial neste blog para relembrar os mais famosos alquimistas da história. Segue...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Guilherme Postel (1510 – 1581)





Guilherme Postel (1510 – 1581)
Arte, Magia, Ciência e Alquimia

A Arte é o Sino divino que desperta a consciência humana e a orienta no caminho da Magia, a magia quando corretamente estudada, em si mesma e por si mesma, é A Ciência. A Alquimia é essa mesma ciência porém em ação em todas as sete dimensões do universo Humano. Todos os grandes e autênticos alquimistas não só conheceram este caminho, como também, compreenderam em profundidade seus princípios, dogmas e enunciados. Os “sopradores” não só não compreenderam como até hoje continuam procurando fora uma “Pedra Filosofal” que está dentro de cada um. As Doze Chaves de Basílio Valentim são, ao mesmo tempo este quartenário, cabalístico e hermético no triplo sentido. A “busca” é o elemento chave desta jornada, aqui vale citar o renomado colega de busca; Guilherme Postel, filho de camponeses, a custo de tremendos esforços e sacrifícios conseguiu instruir-se, tornando-se, “o mais sábio dos homens do seu tempo”, conforme os escritos de Eliphas Levi. A pobreza foi sua companheira permanente e a miséria forçou-o, por vezes, a vender os livros que tão dificultosamente havia adquirido. Aprendeu todas as línguas e ciências do seu tempo. Descobriu e teve acesso a manuscritos raros e preciosos. Maravilhado diante de tamanhos tesouros acabou por escrever um livro: A chave das coisas ocultas desde o princípio do mundo. Teve a coragem e a ousadia de dirigir-se aos padres do Concílio de Trento, conclamando-os a entrar na senda da conciliação e da síntese universal. Ninguém, naturalmente, o compreendeu. Alguns o acusaram de heresia; outros, de louco. Segundo Postel, “a Trindade fez o homem à sua imagem e semelhança. O corpo humano é duplo e sua unidade ternária compõe-se da união de duas metades e a alma humana também é dupla: é anima e animus, espírito e ternura. Tem dois sexos: o paterno, na cabeça, e o materno, no coração. “O cristianismo, dizia, ainda não havia sido compreendido senão pelas cabeças pensantes; não havia ainda descido até os corações”. “O Verbo fez-se homem, mas só quando se fizer mulher é que o mundo virá a salvar-se”. “Vede agora”, acrescentava: “De que se compõe a religião da maioria dos cristãos? De uma parcialidade ignorante e perseguidora, de uma obstinação supersticiosa e, sobretudo, do medo. Tudo isso porque não sentem esses cristãos os divinos entusiasmos do amor materno que lhes explicaria a religião inteira. O poder que se apoderou de seu cérebro e que liga seu espírito não é o Deus bom, inteligente e longânimo. É o mau, tolo e covarde Satanás. Eles têm muito mais medo do diabo do que amor por Deus. São cabeças geladas e comprimidas, colocadas como túmulos sobre corações mortos”.
Para aqueles que julgam (ainda hoje) Postel um louco, há que se registrar suas principais “loucuras”:
1. Ter defendido o pensamento de que a religião deve reinar sobre os espíritos pela razão suprema de seu Dogma.
2. Ter defendido o princípio em que a monarquia, para ser forte e saudável, deveria encadear os corações para as conquistas da prosperidade pública e da paz.
3. Ter acreditado no advento do reino daquele a quem pedimos todos os dias que seu reino venha a nós.
4. Ter acreditado na razão e na justiça sobre a Terra.
5. Por ter escrito aos padres do Concílio de Trento para que eles abençoassem todo mundo e não lançassem anátemas sobre os demais.
6. Ter proposto aos jesuítas a idéia da concórdia universal entre os homens, a paz entre os soberanos, a inteligência entre os sacerdotes e a bondade entre os príncipes deste mundo.
7. Ter desprezado os bens da terra e o favor dos grandes.
8. Ter vivido sempre na pobreza e na humildade e não ter ambicionado outra coisa na vida que não seus livros e a sabedoria.
No final de sua vida, seus superiores eclesiásticos, tendo-o julgado mais louco que puro e bom, condenaram-no a viver enclausurado no mosteiro, sem saber que ele era infinitamente grato por terem-no dado cama e assistência quando já não havia mais ninguém por ele...
A religião diz: Acreditai e compreendereis. A ciência vem vos dizer: Compreendei e acreditareis. "Então, toda a ciência mudará de fisionomia; o espírito, por muito tempo destronado e esquecido, retomará seu lugar; será demonstrado que as tradições antigas são inteiramente verdadeiras; que o paganismo não passa de um sistema de verdades corrompidas e deslocadas; que basta limpá-las, por assim dizer, e recolocá-las em seu lugar, para vê-las brilhar com todo o esplendor. Em uma palavra, todas as idéias mudarão; e, uma vez que, de todos os lados, uma multidão de eleitos clama em concerto: "Vinde, Senhor, vinde!", por que reprovaríeis os homens que se lançam nesse futuro majestoso e se glorificam de adivinhá-lo?" (Joseph de Maistre, Soirées de Saint).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Jesus Cristo



    Muito se fala a respeito de Jesus, sua sabedoria, milagres e divindade, no entanto a bíblia sagrada pouco esclarece sobre os principais momentos de sua vida, ou seja, sua formação enquanto adolescente e homem, com quem aprendeu, por onde andou e oquê buscava, é justo admitir que historicamente muitos fatos foram manipulados no entanto não trataremos deste mérito, abordaremos o quê de fato concerne e direciona nossa pesquisa haja vista o enorme acervo e fontes bibliográficas que abordam tal tema e que por muito tempo ficaram ocultas e inacessíveis aos leigos, contudo este ensaio traduz de forma simplória e resumida esta importantíssima parte da vida de Jesus de Nazaré.
      Segundo Historiadores, Jesus Cristo, dos doze aos trinta anos, esteve em diversos países da Antigüidade. No seu discipulado, adeptado e mestrado a Alquimia constituiu-se em uma das colunas fundamentais de sua preparação iniciática. Jesus de Nazaré por ser Essênio estudou a Sabedoria Hebraica e teve dois mestres rabinos durante sua infância. Contudo, e ademais de seus profundos conhecimentos do Zohar, do Talmud e da Torah, foi Iniciado no Egito, Maçom Egípcio. Estudou na pirâmide de Kéfrem e tornou-se um Hierofante Egípcio, ou seja, Hierofante a denominação da mais elevada graduação sacerdotal no Egito, e adotada, também, posteriormente, na Antigüidade. São aqueles que se aprofundam e têm o acesso aos mais elevados conhecimentos da Ciência Oculta. São, também, aqueles que ensinam e presidem os Mistérios Maiores.  Cristo é considerado também a força Logóica, o Filho do Lógos (Deus único) que se manifesta através de um Avatar. Também conhecido no Antigo Egito como OSÍRIS. Além disso, viajou pela Caldéia, Pérsia, Europa, Índia e Tibet. As viagens de Jesus não foram turísticas; as viagens de Jesus foram de estudo. Existem documentos secretos no Tibet que demonstram que Jesus, o Grande Mestre Alquimista, esteve em Lhasa, capital do Tibet, Sede Sagrada do Dalai Lama. Jesus visitou a Catedral de Jo Kang, a Santa Catedral do Tibet. Foram magníficos os conhecimentos que Jesus adquiriu em todos esses países e em todas essas antigas Escolas de Mistérios. O Grande Mestre entregou-nos todos esses conhecimentos Ioguis, Buddhistas, Herméticos, Zoroastrinos, Talmúdicos, Caldeus, Tibetanos e maçônicos de forma sintética, já digeridos em sua Arte real Iniciática. Jesus não fundou nenhuma Igreja. Jesus deu origem a Arte Real Iniciática, Arte porque entende que o conhecimento é a maior obra prima criada no universo, Real porque provém da majestade divina o G.A.D.U.  (Grande Alquimista Do Universo) DEUS e Iniciática por manter a tradição oral de seus ensinamentos através da interação entre mestre e discípulo.  A Arte Sagrada ou Sacerdotal herdada dos egípcios - e conhecida também como Alquimia de cristo - foi, de todas as ciências, a que mais esteve presente na Idade Média, tendo se alastrado no Ocidente por três vias principais: bizantina, mediterrânea e hispânica. Inclusive muitos padres católicos pertencentes a diferentes ordens monásticas e alguns Papas por ela se interessaram. Historicamente este legado foi muito defendido por Santo Agostinho; a que conheceu Jerônimo, Empédocles, São Tomás, Marcião de Ponto, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Santo Ambrósio, Harpócrates e todos os primeiros Padres da Igreja que, naquela época, se chamava Igreja Gnóstica Católica.  O Papa João XXIII, que era um iniciado e membro da Igreja Joanita, foi outro. E João XXII - o Papa Alquimista – possuía um anel ornado com a gema hermética com os seguintes dizeres: NE LA TERRA NE IL CIELO VIST HA PIU BELLA.  Não podemos esquecer igualmente, nesta sintética enumeração de percussores da Arte Real iniciática, as grandes escolas filosóficas da antigüidade: a vedantina, na Índia, a pitagórica, a platônica e a eclética ou alexandrina no Ocidente, as quais, indistintamente, tiveram sua origem e inspiração nos Mistérios da alquimia.  Outros dois movimentos que propagaram a Arte real foram a Ordem do Templo (Cavaleiros templários), que teve seu apogeu e seu período de esplendor no século XIII, e a Fraternidade Rosa-Cruz que a influenciou especialmente no século XVII. Podemos afirmar que a Alquimia propagada por Jesus Cristo através da Arte Real Iniciática está contida também na Ciência Secreta dos Sufis, dos Derviches Dançantes, na doutrina secreta do Buddhismo, do Taoísmo, na Magia Sagrada dos Nórdicos na Sabedoria de Hermes, Buddha, Confúcio, Maomé, Quetzalcoatl, Cristo é para a alquimia o final da era de peixes, o quarto elemento (água). “Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade. 1 João 5:6  Biblia Sagrada” ele é o quarto rei que neste milênio (era de Aquário) resgatará através da alquimia do espirito oquê a muito se perdeu: o contato entre Deus e os Homens.
 Além de Jesus Cristo a título de ilustração, listarei a seguir alguns nomes de notáveis personalidades de reputação e reconhecimento mundial, que empregaram parte valiosa de suas vidas ao estudo da Filosofia Alquímica: Zózimo (o Panapolitano), Ostanes (de Synesius), Geber, Thazes, Artephius, Moriano, Maria (a Profetiza), Hermes, Rogério Bacon (Doctor Admirabilis), Alão de L’Isle, Cristóvão (o Parisiense), Arnaldo de Villeneuve, Tomás de Aquino (Doctor Angelicus), Ferrarius, Raimundo Lulio (Doctor Illuminatus), João Daustin, João Cremer, Ricardo (apelidado Roberto, o Inglês), Pedro Buono de Lombardia, Guilherme (de Paris), João de Meng, Grasseus (apelidado Hortulanus), Nicolau Flamel, Basílio Valentim, Tritémio (o Abade), Isaac (o Holandês), Tomás Norton, Jorge Ripley, Lambsprinck, Jorge Aurach (de Estrasburgo), Lacini (monge calabrês), Bernardo Trevisano, Venceslau Livínio (de Morávia), Zacário, Paracelso, Lascaris, Eireneo Filaleuto, Jean d’Espagnet, Fulcanelli, Eugénio Canseliet, François Rabelais, Tiago Tesson, Francisco Vicente Raspail, Jacob Boheme, Robert Fludd, Michael Maier, Jollivet Castelot, Harvey Spencer Lewis, Nicolau de Grosparmy, Quercetanus, Pierre Vicot, Limojou de Saint-Didier, Cyliani, Cipriano Piccolpassi, Hujumsin, Nicolau Valois, Göethe, Leriche, Luis D’Estissac, Avicena, Demócrito, Salomão, Tollius, J.B. van Helmont, Trismosino, Alberto o Grande, Naxágoras, Huginus à Barma, Cagliostro, Batsdorf, Sethon (o Cosmopolita), Senior Zadith, Henrique de Linthaut, Artéfio, Tiago Coeur, Lactâncio, Platão, Francis Bacon, Homero, Virgílio, Ovídio, Dante, Miguel de Cervantes, Francisco Colonna e Teobaldo de Champagne.

sábado, 2 de outubro de 2010

Fulcanelli

Fulcanelli (1839 - 1923) é o pseudônimo de um alquimista francês contemporâneo, autor de O Mistério das Catedrais  e de As Mansões Filosofais, duas famosas obras de alquimia. Na obra A Rebelião dos Bruxos, escrita por Jacques Bergier e Louis Pawels observa-se um golpe à consciência das grandes multidões ávidas para conhecer o que há além de nossos sentidos físicos e qual é esse conhecimento que permanece oculto e velado. Nesta obra começa a abrir-se o véu das antiquíssimas e avançadas civilizações que desapareceram, muitas delas deixando para a posteridade apenas lendas ou ruínas destruídas e que intrigaram os que vêem além da letra morta; porém, o que nossa civilização herdou é apenas simbolismo, tocando às Escolas Iniciáticas e aos Grandes Mestres fazer a revelação do mesmo. Na Rebelião dos Bruxos começa-se a conhecer esse misticismo enigmático e oculto dos antigos alquimistas; a leitura deste livro inicia a busca das obras dos mestres Fulcanelli e Lobsang Rampa, ambos fontes de luz na obscuridade do conhecimento.
O Mestre Fulcanelli afirma: “A Alquimia, remontando-se do concreto ao abstrato, do positivismo material ao espiritualismo puro, amplia o campo dos conhecimentos humanos, das possibilidades de ação e realização da União de Deus e da Natureza, da Criação e do Criador, da Ciência e da Religião. A Ciência Alquímica não se ensina. Cada um deve aprendê-la por si mesmo, não de maneira especulativa, senão com a ajuda de um trabalho perseverante, multiplicando os ensaios e as tentativas, de maneira que se submetam sempre as produções do pensamento ao controle da experiência.” Este insigne Mestre, em linguagem alegórica, na qual encontramos amplos e profundos conhecimentos da doutrina Gnóstica, mui ocultamente nos entrega o Grande Arcano: “O Alquimista deve unir-se a esta Virgem em corpo e alma, em Matrimônio Perfeito e indissolúvel a fim de recobrar com ela o Andrógino Primordial e o estado de Inocência” (Moradas Filosofais, pág. 22).

“Na segunda janela, não deixa de suscitar curiosidade uma cabeça rubicunda e lunar, coroada por um falo; descobrimos nela a indicação expressiva dos Dois Princípios cuja conjunção engendra a Matéria Filosofal. Esse Hieroglífico do agente e do paciente, do Enxofre e do Mercúrio, do Sol e da Lua, pais filosóficos da Pedra, é suficientemente eloqüente para ministrarmos a explicação.” (Moradas Filosóficas, pág. 233).

Revela os segredos das Catedrais Góticas, resumindo que toda a Verdade, a Filosofia, a Religião, está baseada na Primeira Pedra, sobre a qual repousa toda a estrutura do Templo e é este mesmo Arcano o que se encontra nas Pirâmides do Egito, Templos da Grécia, Catacumbas Romanas e Basílicas Bizantinas.

Apresenta a Catedral fundada na Ciência Alquímica, investigadora das transformações da Substância Original (Energia Sexual) da Matéria Elemental. Pois a Virgem Mãe despojada de seu véu simbólico (o Véu de Isis), não é mais que a personificação da Substância Primitiva que empregou para realizar seus desígnios o Princípio Criador de tudo o que existe. Maria, Virgem e Mãe representa pois a Forma; o Deus Sol Pai é o emblema do espírito Vital. Da união destes dois princípios resulta a matéria viva, submetida às vicissitudes das Leis de Mutação e Continuidade. Surge então Jesus, o Espírito Encarnado, o fogo que toma corpo nas coisas; tal como conhecemos: “E o Verbo se fez Carne e habitou entre nós.” (Mistérios das Catedrais, pág. 85).

Muito mais Iniciados e Iluminados poderíamos enumerar neste texto, comentar sobre os grandes Alquimistas egípcios (como Hermes Trismegisto), chineses (Fu Xi), árabes (Al Ghazali) e mesmo entre os medievais europeus (Tritemo, Alberto Magno, Khunrath, Eliphas Levi, etc.). No entanto, é seguro que somente os acima mencionados já servirão de base para que qualquer pesquisador verifique por si mesmo, através da reflexão e da meditação, que a sabedoria gnóstica está entregando a toda a humanidade, a todos os seres humanos de puro e nobre coração, os Grandes Segredos que poderão mudar, alterar e revolucionar toda a sua vida. Tanto material, quanto espiritualmente.

Paracelso

Famoso alquimista, assim como Hipócrates, Galeno e Hermes. Chamava-se Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim. Muito jovem foi enviado à escola dos Beneditinos do Monastério de San Andrés, para sua formação religiosa e aí foi onde travou amizade com o Bispo Eberhard Baumgaster, o qual era considerado como um dos alquimistas mais notáveis de seu tempo; passou logo a Basilea, onde fez grandes progressos nos estudos de Ciências Ocultas. Naqueles tempos era impossível dedicar-se à Medicina sem conhecer profundamente a Astrologia. Havia lido as obras do Eclesiástico Tritêmio, que tanto o atraiu que decidiu se mudar para Wurzburg, lugar onde permanecia o sábio eclesiástico em comunhão com seus discípulos. Tritemius ou Tritêmio afirmava que as forças secretas da Natureza estavam confiadas a seres espirituais. Tinha muitos discípulos e os dignos eram admitidos em seu laboratório, onde realizava toda classe de experimentos alquímicos e mágicos; era ao mesmo tempo grande conhecedor de Kabala por meio da qual havia dado profundas interpretações às passagens proféticas e místicas da Bíblia; por isso colocava as Santas Escrituras acima de todos os estudos, devendo seus alunos dedicar-lhe toda atenção e amor. Isso influiu em Paracelso pelo resto da vida já que posteriormente o estudo da Bíblia foi uma das tarefas que ocupou-o mais intensamente. Em seus escritos encontramos o testemunho de seu perfeito conhecimento da linguagem e do significado esotérico da Bíblia. Paracelso ensinou que a Alquimia não tem por objetivo exclusivamente a obtenção da Pedra Filosofal; a finalidade da Ciência Hermética consiste em produzir essência soberana e aplicá-la devidamente na cura das enfermidades. Considerava, com base na própria Divina Criação, que toda substância dotada de vida orgânica continha grande quantidade de potência curativa. Os metais, as pedras e suas variações trazem em si mesmo a quinta essência, assim como os corpos orgânicos e embora sejam considerados sem vida para diferenciá-los dos animais e plantas, contém essências de corpos que viveram.
Paracelso expôs a teoria dos Três Princípios; afirmava que cada substância ou matéria em crescimento estava formada por Sal, Terra, Enxofre, fogo, mercúrio e água. A força vital consiste na união dos três princípios, havendo sempre uma ação tripla para cada corpo: a purificação por meio do sal, a dissolução e consumação pelo enxofre e a eliminação pelo mercúrio.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nicolau Flamel

Nasceu em Paris e viveu de 1330 a 1418. Arquiteto da igreja parisiense de St. Jacques, de simbolismo hermético, da qual resta apenas sua famosa torre. Estudando o manuscrito alegórico de Abraham, o judeu, converteu-se num autêntico Mestre Alquimista. Em sua obra O Livro das Figuras Hieroglíficas, surgido em 1669, consta como conseguiu o manuscrito: “Quando faleceram meus pais tive que ganhar o pão escrevendo; naquele tempo adquiri um livro dourado, muito velho e volumoso. O livro compunha-se de três fascículos de sete folhas cada um e a sétima folha de cada um aparecia em branco. Na primeira folha via-se um báculo em torno do qual apareciam enroscadas duas serpentes; na segunda, uma cruz da qual pendia outra serpente e na sétima podia ver-se um deserto, no centro do qual brotavam formosas fontes; porém delas não saiam água senão serpentes que se arrastavam em todas as direções.
Na fachada do livro, lia-se: “O judeu Abraham, príncipe, sacerdote, levita, astrólogo e filósofo”. Na terceira folha explicava-se como se transformavam os metais. Junto ao texto reproduziam-se dois recipientes, davam as cores e todos os detalhes, exceto a Pedra Filosofal, a qual aparecia reproduzida com grande arte e forma tal que cobria por completo as páginas quatro e cinco”. Posteriormente, Flamel mandou colocar essas figuras no cemitério parisiense dos inocentes. Dos relatos houve um que o impressionou bastante: “Um rosal florido no meio do jardim; no solo junto às rosas uma fonte da qual emanava água branquíssima, que logo a uma distância respeitável precipitava-se num abismo. Muitas pessoas cavavam ao longo de seu curso, com as mãos na terra, tratando de encontrar a fonte, porém não conseguiam êxito porque eram cegas; somente um foi capaz – ele encontrou a água”.

Esta é realmente uma das maiores simbologias Alquimistas, pois expressa claramente o significado do Grande Arcano. A rosa indica a cristalização dos corpos solares. A fonte simboliza a transmutação; é a fonte da água viva da qual falava Jesus. A humanidade inconsciente busca essa fonte e apesar de tê-la tão perto não a encontra; a água é desperdiçada, caindo nos abismos. Somente o adepto, o Iniciado, é o único capaz de valorizar as águas seminais. Flamel finalmente conseguiu captar o sentido dos processos, porém seguia sem compreender o processo da matéria prima. Consultou então sua esposa Perenelle, a qual imediatamente dedicou-se com idêntico fervor a estudar o misterioso livro. Com isto, Nicola Flamel nos indica que é necessária a mulher para realizar a Grande Obra. Marchou logo em peregrinação até o sepulcro do apóstolo Santiago, na Espanha, encontrando-se com o Mestre Canché, o qual indicou-lhe os fundamentos do Magistério. Flamel narra sua Iniciação da seguinte maneira: “Todavia trabalhei uns três anos, até que finalmente encontrei o elixir (havia trabalhado 21 anos) que imediatamente se reconhece por seu forte odor. Primeiro o projetei sobre uma libra e meia de mercúrio e obtive desse modo igual quantidade de prata; isso ocorreu em minha casa, estando presente unicamente minha esposa Perenelle; mais tarde, atendo-me escrupulosamente a cada palavra de meu livro, projetei a pedra vermelha sobre uma quantidade quase igual de mercúrio na mesma casa e de novo estava presente minha esposa Perenelle. Realizei a obra por três vezes com a ajuda de Perenelle, pois como havia-me ajudado no trabalho, o entendia exatamente como eu”. Flamel, a partir  de 1380, começa a se dedicar a experimentos alquímicos, consegue produzir prata em torno de 1382 e  depois finalmente a transmutação em ouro. Cerca de dez anos mais tarde ao início dos experimentos,  começa a realizar um grande número de obras de caridade como a construção de hospitais, igrejas,  abrigos e cemitérios e os descora com pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos. 
Flamel, apesar de sua súbita fortuna, possuía uma modesta residência e usava roupas humildes. Mas  suas vultuosas doações levantaram suspeitas do rei Carlos V que havia proibido, jáem 1379, todas as  práticas alquímicas mandando inclusive, destruir todos os laboratórios que supostamente fabricasse  ouro alquímico. O rei enviou o chefe das finanças para investigar a origem de sua fortuna. Acredita-se  que Flamel tenha sido franco com o emissário do rei, tendo inclusive lhe dado um pouco da pedra  filosofal. Este voltou sensibilizado com dignidade de Flamel, nada relatando ao rei e durante muitas  gerações a pedra ficou guardada em sua família. Escreveu "O Livro das Figuras Hieroglíficas" em 1399, "O Sumário Filosófico" em 1409 e "Saltério  Químico" em 1414.  Relatos mencionam que o casal, aos 60 anos de idade, possuía um aspecto jovem não condizente com  as pessoas da mesma faixa etária da época. Flamel faleceu em 1417, porém alguns viajantes relatam  terem o encontrado no oriente com sua esposa , após sua suposta morte. Ele teria sido um ser  iluminado que quis viver entre os homens. Acredita-se que todo o relato de Flamel desde o encontro do livro até  a peregrinação a Santiago de  Compostela e seu encontro com o mestre são alegorias para explicar a matéria-prima e o  conhecimento adquirido através do estudo da alquimia.

Oração de Nicolas Flamel

Ao que parece Flamel precedia toda operação alquimica com uma oração que lhe era particular.  Ela é ainda hoje usada pelos praticantes que desejam enveredar pelo caminho da alquimia. Ela deve ser memorizada e repetida mentalmente todas as noites até adormecer e também em qualquer momento de ócio mental, durante a ginástica, no banho, cozinhando etc. Isto irá fazer com que você tente atingir os objetivos alquímicos involuntariamente, lendo e se dedicando mais as práticas alquímicas.

Deus todo-poderoso, eterno, pai da luz, de quem provém todos os bens e todos os bens perfeitos, imploro vossa misericórdia infinita; deixai-me conhecer vossa sabedoria eterna; aquela que circunda vosso trono, que criou e fez, que conduz e conserva tudo.
Dignai-vos enviá-la do céu a mim, de vosso santuário, e do trono de vossa glória, a fim de que ela esteja em mim e opere em mim; é ela que é a senhora de todas as artes celestes e ocultas, que possui a ciência e a inteligência de todas as coisas.
Faz com que ela me acompanhe em todas as minhas obras que, por seu espírito, eu tenha a verdadeira inteligência, que eu proceda infalivelmente na nobre arte à qual estou consagrado, na busca de miraculosa pedra dos sábios que ocultastes ao mundo, mas que tendes o hábito de descobrir ao menos a vossos eleitos.
Que essa grande obra que tenho a fazer cá embaixo seja começada, continuada e concluída ditosamente por mim; que, contente, goze-a para sempre. Imploro-vos, por Jesus Cristo, a pedra celeste, angular, miraculosa e estabelecida por toda eternidade, que comanda e reina convosco.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

RAIMUNDO LULO ou Ramón Llull

Vamos, a título de reflexão, conhecer a vida e obra de alguns dos maiores Iniciados que conheceram e vivenciaram a Senda da Iniciação e a revestiram com a roupagem alegórica da Alquimia.

RAIMUNDO LULO ou Ramón Llull, mais conhecido como Raimundo Lulio (Dr. Iluminação), foi discípulo de Arnoldo de Vilanova. Nasceu em Palma de Mallorca em 1234. Durante os primeiros 30 anos levou uma vida dissoluta e vazia. A morte da mulher amada comoveu-o profundamente. A Raimundo Lulio molestava a negação da imortalidade do homem e dedicou-se apaixonadamente a refutar aos Averrores, desprendendo o mesmo entusiasmo na conversão dos maometanos. Morreu no ano de 1315. O teólogo acreditava na Astrologia; ensinou em Palma de Mallorca, Paris e Montpellier e sua doutrina está tão identificada com os ensinamentos Gnósticos e árabes, que pode ser considerado como um dos profetas da Arte Alquimista. Do mesmo modo que seu colega Arnoldo de Vilanova, acreditava na efetividade da Pedra Filosofal. Raimundo Lulio, em seu livro Clavículas, diz: “Por isso os aconselho que não obreis com o Sol (homem) e com a Lua (mulher) senão depois de havê-los levado a sua matéria prima (energia sexual) que é o enxofre e o mercúrio dos filósofos. Ó filhos meus! Aprendei a servi-vos dessa matéria venerável, porque os advirto sob a fé de juramento, de que se não sacais o mercúrio desses metais, trabalhareis como o cego na obscuridade e na dúvida. Por isso, ó filhos meus! Os conjuro a que marcheis até a Luz com os olhos abertos e não caiais como cegos no Abismo
BlogBlogs.Com.Br