domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre alquimia e iniciados

Sobre alquimia e iniciados

Em setembro de 2009 tivemos o prazer de ir ao Uruguai afim de completar um dos principais caminhos misticos da america latina, em Piriápoles, cidade construida e fundada por nosso colega de crença o alquimista Francisco Píria tivemos o privilégio de conhecer de perto a 1º catedral alquimista construida na américa latina (foto). em sua homenagem reservamos um espaço especial neste blog para relembrar os mais famosos alquimistas da história. Segue...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Guilherme Postel (1510 – 1581)





Guilherme Postel (1510 – 1581)
Arte, Magia, Ciência e Alquimia

A Arte é o Sino divino que desperta a consciência humana e a orienta no caminho da Magia, a magia quando corretamente estudada, em si mesma e por si mesma, é A Ciência. A Alquimia é essa mesma ciência porém em ação em todas as sete dimensões do universo Humano. Todos os grandes e autênticos alquimistas não só conheceram este caminho, como também, compreenderam em profundidade seus princípios, dogmas e enunciados. Os “sopradores” não só não compreenderam como até hoje continuam procurando fora uma “Pedra Filosofal” que está dentro de cada um. As Doze Chaves de Basílio Valentim são, ao mesmo tempo este quartenário, cabalístico e hermético no triplo sentido. A “busca” é o elemento chave desta jornada, aqui vale citar o renomado colega de busca; Guilherme Postel, filho de camponeses, a custo de tremendos esforços e sacrifícios conseguiu instruir-se, tornando-se, “o mais sábio dos homens do seu tempo”, conforme os escritos de Eliphas Levi. A pobreza foi sua companheira permanente e a miséria forçou-o, por vezes, a vender os livros que tão dificultosamente havia adquirido. Aprendeu todas as línguas e ciências do seu tempo. Descobriu e teve acesso a manuscritos raros e preciosos. Maravilhado diante de tamanhos tesouros acabou por escrever um livro: A chave das coisas ocultas desde o princípio do mundo. Teve a coragem e a ousadia de dirigir-se aos padres do Concílio de Trento, conclamando-os a entrar na senda da conciliação e da síntese universal. Ninguém, naturalmente, o compreendeu. Alguns o acusaram de heresia; outros, de louco. Segundo Postel, “a Trindade fez o homem à sua imagem e semelhança. O corpo humano é duplo e sua unidade ternária compõe-se da união de duas metades e a alma humana também é dupla: é anima e animus, espírito e ternura. Tem dois sexos: o paterno, na cabeça, e o materno, no coração. “O cristianismo, dizia, ainda não havia sido compreendido senão pelas cabeças pensantes; não havia ainda descido até os corações”. “O Verbo fez-se homem, mas só quando se fizer mulher é que o mundo virá a salvar-se”. “Vede agora”, acrescentava: “De que se compõe a religião da maioria dos cristãos? De uma parcialidade ignorante e perseguidora, de uma obstinação supersticiosa e, sobretudo, do medo. Tudo isso porque não sentem esses cristãos os divinos entusiasmos do amor materno que lhes explicaria a religião inteira. O poder que se apoderou de seu cérebro e que liga seu espírito não é o Deus bom, inteligente e longânimo. É o mau, tolo e covarde Satanás. Eles têm muito mais medo do diabo do que amor por Deus. São cabeças geladas e comprimidas, colocadas como túmulos sobre corações mortos”.
Para aqueles que julgam (ainda hoje) Postel um louco, há que se registrar suas principais “loucuras”:
1. Ter defendido o pensamento de que a religião deve reinar sobre os espíritos pela razão suprema de seu Dogma.
2. Ter defendido o princípio em que a monarquia, para ser forte e saudável, deveria encadear os corações para as conquistas da prosperidade pública e da paz.
3. Ter acreditado no advento do reino daquele a quem pedimos todos os dias que seu reino venha a nós.
4. Ter acreditado na razão e na justiça sobre a Terra.
5. Por ter escrito aos padres do Concílio de Trento para que eles abençoassem todo mundo e não lançassem anátemas sobre os demais.
6. Ter proposto aos jesuítas a idéia da concórdia universal entre os homens, a paz entre os soberanos, a inteligência entre os sacerdotes e a bondade entre os príncipes deste mundo.
7. Ter desprezado os bens da terra e o favor dos grandes.
8. Ter vivido sempre na pobreza e na humildade e não ter ambicionado outra coisa na vida que não seus livros e a sabedoria.
No final de sua vida, seus superiores eclesiásticos, tendo-o julgado mais louco que puro e bom, condenaram-no a viver enclausurado no mosteiro, sem saber que ele era infinitamente grato por terem-no dado cama e assistência quando já não havia mais ninguém por ele...
A religião diz: Acreditai e compreendereis. A ciência vem vos dizer: Compreendei e acreditareis. "Então, toda a ciência mudará de fisionomia; o espírito, por muito tempo destronado e esquecido, retomará seu lugar; será demonstrado que as tradições antigas são inteiramente verdadeiras; que o paganismo não passa de um sistema de verdades corrompidas e deslocadas; que basta limpá-las, por assim dizer, e recolocá-las em seu lugar, para vê-las brilhar com todo o esplendor. Em uma palavra, todas as idéias mudarão; e, uma vez que, de todos os lados, uma multidão de eleitos clama em concerto: "Vinde, Senhor, vinde!", por que reprovaríeis os homens que se lançam nesse futuro majestoso e se glorificam de adivinhá-lo?" (Joseph de Maistre, Soirées de Saint).

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